O município de Belém precisa desembolsar em
torno de R$ 4 bilhões para atingir 100% da cobertura do serviço de
tratamento de esgoto, a partir da execução contínua de uma obra com
duração de, no mínimo, 20 anos. O cálculo que levou em consideração o
número de habitantes que a capital apresentava no ano passado foi feito
pelo doutor em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo, o
engenheiro sanitarista e professor da Faculdade de Engenharia Sanitária
e Ambiental da Universidade Federal do Pará (UFPA), Neyson Mendonça.
LONGO PRAZO
Devido ao alto custo para tornar a cidade
saneada na sua totalidade, o especialista explica que a obra requer um
planejamento a longo prazo. Ou seja, será necessária a elaboração de um
diagnóstico do problema para que os serviços sejam executados por
etapas, a partir de uma iniciativa conjunta entre os governos federal –
com a disponibilização de recursos pelo Ministério das Cidades por meio
do Programa de Aceleração do Crescimento, estadual e municipal. “Se
houver dificuldade, existe ainda a alternativa de buscar recursos com
bancos externos”, acrescenta Mendonça.
RANKING
Recentemente, o Instituto Trata Brasil
divulgou um ranking, realizado a cada 4 anos, sobre as condições de
saneamento entre as 100 maiores cidades brasileiras. Tendo como ano base
2014, o levantamento verificou que, mais uma vez, Belém figura entre as
15 piores do país neste quesito, ocupando a 87ª posição. Apenas 12,7%
da população composta por mais de 1,4 milhão de habitantes possui coleta
de esgoto. O cenário é ainda pior nos municípios de Ananindeua e
Santarém, onde a coleta de esgoto é inexistente, classificado em 0%.
Fonte: DOL